quarta-feira, fevereiro 08, 2006




GRANDE "TIO" BELMIRO


A Oferta Pública de Aquisição da Sonae sobre a Portugal Telecom "não é uma operação hostil", afirmou esta tarde Belmiro de Azevedo, numa conferência de imprensa que decorreu em Lisboa. De acordo com o responsável, a oferta do grupo ultrapassa em dois mil milhões de euros o valor do mercado.
"É uma OPA não solicitada, mas não hostil", começou por referir Belmiro de Azevedo, depois de a empresa a que preside ter lançado, entre ontem e hoje, duas ofertas públicas de aquisição sobre a totalidade dos capitais da Portugal Telecom (PT) e da PT Multimédia, num valor global de 13,9 mil milhões de euros.Por cada acção da PT, Belmiro de Azevedo oferece 9,5 euros e por cada título da PT Multimédia oferece 9,03 euros.O sucesso de ambas as operações depende da aquisição de mais de 50 por cento dos capitais sociais das duas empresas.No caso da PT, a Sonae condiciona ainda o sucesso da OPA à alteração dos estatutos da operadora de telecomunicações e à restrição dos direitos especiais do Estado ou que este aprove o plano de reestruturação que será apresentado.Na conferência de imprensa de hoje, Belmiro de Azevedo classificou a operação como "uma grande aposta do grupo" e também "uma aposta de confiança no país". "A solução que nós apresentámos é positiva e é possível", frisou o patrão da Sonae, referindo que a mesma será "difícil de bater"."É uma proposta que tem inequívoco interesse nacional", disse Belmiro de Azevedo, pois "clarifica" a posição da Portugal Telecom, que "tem passado por períodos recentes de alguma instabilidade".O presidente da Sonae garantiu ainda que esta "é uma proposta que, contrariamente ao que se vem dizendo, vai aumentar claramente a concorrência"."Só queremos viver em ambientes de concorrência global", sublinhou.Belmiro de Azevedo mostrou-se ainda confiante na viabilização da operação por parte da “fiscalização” dos accionistas, do Governo, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e da Autoridade da Concorrência.



A RESPOSTA .....


O conselho de administração da Portugal Telecom entende que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa é “hostil” e poderá implicar o “desmantelamento” do grupo. Face à "incerteza" do negócio e ao valor da oferta, considerado reduzido, a administração aconselha os accionistas a aguardarem.
Em conferência de imprensa, Horta e Costa, presidente do conselho de administração do grupo PT, considerou esta noite a OPA anunciada ontem pela Sonae “não solicitada e portanto hostil”, levantando uma série de questões sobre a operação."É entendimento do conselho de administração que a OPA não estabelece uma estratégia, uma visão de longo prazo para o grupo PT", sublinhou o responsável, acrescentando que “a oferta contém um elevado grau de incerteza".Entre as questões levantadas pelo conselho de administração da PT, está o facto da Sonae não ter disponibilizado "informações relativas ao financiamento [da operação], que sendo feito através de uma estrutura já com elevados níveis de endividamento, poderá implicar o desmantelamento do grupo PT".Por outro lado, a administração entende que "o valor actual e futuro da PT é muito superior ao preço por acção avançado". Sem avançar uma posição definitiva sobre o negócio, a administração garante que comunicará aos seus accionistas a "resposta formal a qualquer oferta, assim que o documento definitivo" seja apresentado."Até lá aconselha-se fortemente os accionistas a aguardarem as recomendações que o conselho de administração vier oportunamente a emitir”, concluiu Horta e Costa
.

1 comentário:

Pedro Coimbra Marques de Carvalho disse...

É pena é ser tao grande à custa de todos nós e de um monopólio inacreditavel, q só desfavorece os consumidores...viva a concorrencia